É o fim da Globo (e da TV)? Ou será a TV o novo Rádio?

Bruno Cartaxo
3 min readMay 30, 2019

Este texto foi originalmente publicado em http://brunocartaxo.com/blog/

O Pew Research Center apresentou um estudo mostrando que nos EUA já se consome mais mídias sociais do que jornal impresso (20% contra 16%). A TV ainda domina como principal meio mas não precisa ser um gênio pra entender que a TV vai ser ultrapassada em breve. As mídias sociais já são o principal meio para consumo de notícias entre pessoas de 18–29 anos (36% contra 16%). É só uma questão de shift demográfico.

Se considerarmos as mídias baseadas na internet (mídias sociais + news websites) a TV perde (e de muito) até mesmo na faixa entre 30–49 anos (64% contra 36%).

FONTE: Pew Research Center

E no Brasil? Quer ter um sentimento independente das pesquisas?

Dá só uma olhada no tanto de global, ex-global, além de atores, apresentadores e jornalistas de outras emissoras de TV com canais no YouTube: Xuxa, Marília Gabriela, Giovanna Ewbank, Fernanda Souza, Caio Castro, Celso Portiolli, Adriane Galisteu, Leda Nagle e a lista podia continuar muito além.

Agora basta ver quantos views/inscritos eles têm se comparado com os grandes youtubers (que nasceram na plataforma ou em outras mídias sociais/digitais): Whindersson Nunes, Felipe Neto, Júlio Cocielo, Luccas Neto, RezendEvil e por aí vai.

A diferença é, como seria de esperar, muito grande. É possível ver que a transferência da TV pra o meio digital nem sempre funciona muito bem, e muito provavelmente quando funciona, ocorre por meio de collabs das personalidades da TV com os YouTubers. Um exemplo de transferência bem sucedida é o Celso Portiolli (com mais de 4 milhões de inscritos no momento que escrevo esse texto). Adivinha só, o canal foi criado em Março de 2016 e em Junho de 2016 Celso Portiolli faz um collab com Pyong Lee (nativo do YouTube). Transferência na veia.

Uma thread no Twitter de Felipe Neto mostra ainda mais claramente qual a capacidade da TV (ou a falta dela) em fazer a transferência das mídias offline para as mídias online. Resumindo: A Globo cria personagem influenciadora digital na novela das nove; A Globo cria um perfil na Instagram para essa personagem e divulga amplamente; em 17 horas o perfil tem ~100k seguidores. Isso não é pouco! Mas, como o próprio Felipe Neto observou, o canal com o seu irmão conseguiu 2,2 milhões em 24h. Uma ordem de grandeza acima.

1) Case interessante de analisar.

A Rede Globo colocou uma influenciadora vivida por Paola Oliveira na nova novela das 9.

Como estratégia, criou um perfil real pra ela no Insta e motivou todo mundo a seguir, injetando MUITA mídia pra converter em resultado.

(continua) pic.twitter.com/TNXHnYXVHV

— Felipe Neto (@felipeneto) 29 de maio de 2019

O shift já tá acontecendo, há anos pra dizer a verdade, e os grandes players não serão necessariamente os mesmos. Mas será o fim da TV e da imensa influência da Globo no Brasil? Ou à TV restará a posição secundária que o rádio assumiu quando foi desbancado pela mesma como principal meio de comunicação e centro das atenções?

Um dia o protagonista nas nossas casas já foi esse.

Caso esse texto tenha sido útil, seria legal se você pudesse dar alguns “claps” para ajudar a divulgar na comunidade.

No twitter (@brunocartaxo) estou sempre conversando e postando sobre a vida de quem faz mestrado e doutorado, inclusive focando em pessoas que atuam no mercado. Se tiver interesse, me segue lá.

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Written by Bruno Cartaxo

Engenheiro de Software, Consultor, Pesquisador, Professor e Doutor em Ciência da Computação. http://brunocartaxo.com

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